Feira de Saúde no Quilombo do Castainho reforça compromisso da medicina com comunidades tradicionais

Na última segunda-feira (24/11), o Quilombo do Castainho, em Garanhuns, recebeu uma edição especial da Feira de Saúde, organizada em celebração ao Novembro Negro. A iniciativa levou cuidado, escuta qualificada e práticas de saúde integrativa à comunidade quilombola, reforçando a importância de ações voltadas para populações historicamente vulnerabilizadas.

A atividade reuniu estudantes da Liga Acadêmica de Medicina da Família e Comunidade (LAMFC) da Afya Garanhuns, que proporcionaram à comunidade uma programação diversificada. Entre as ações oferecidas estavam contação de histórias para as crianças, práticas integrativas e complementares como escaldapés, sessões de reiki, ventosaterapia, além de rodas de conversa sobre saúde mental e orientações voltadas para a saúde da mulher e do homem. Um lanche com frutas, bolos, sanduíches e refrigerante também foi compartilhado com os participantes.

Conexão entre formação médica e responsabilidade social

A Feira de Saúde no Castainho representa mais do que uma ação pontual de assistência. Para os estudantes de Medicina, o contato direto com comunidades tradicionais como os quilombos é fundamental para a construção de um olhar humanizado e contextualizado sobre o cuidado em saúde. Essas vivências permitem que os futuros médicos compreendam as particularidades, necessidades e saberes dessas populações, desenvolvendo competências essenciais para o exercício da medicina de família e comunidade.

"Essa atividade é como se fosse uma retribuição, com esse acolhimento, esse cuidado com a comunidade. As comunidades quilombolas precisam ser cuidadas constantemente, por isso, seguiremos realizando novos momentos"", destacou a Thalita Analyane, responsável pela organização da ação. A presença constante dos estudantes na comunidade fortalece vínculos de confiança e reciprocidade, elementos centrais para a promoção da saúde em territórios quilombolas.

Cuidado integral e reconhecimento cultural

A escolha de realizar a feira durante o Novembro Negro, mês dedicado à consciência negra e à valorização da cultura afro-brasileira, reforça o compromisso com a equidade em saúde. Comunidades quilombolas enfrentam desafios específicos relacionados ao acesso a serviços de saúde, e iniciativas como essa contribuem para reduzir essas lacunas ao mesmo tempo em que valorizam a identidade cultural desses territórios.

A ação contou com a coordenação da docente Thalita Analyane, o apoio da equipe da Biblioteca da Afya Garanhuns, da Liga Acadêmica de Medicina da Família e Comunidade (LAMFC), da Associação do Castainho e a participação da terapeuta integrativa Morgana Maria Brandão, responsável pelas sessões de reiki. A Afya Garanhuns agradece a todos os envolvidos pela dedicação ao projeto.

A Feira de Saúde no Quilombo do Castainho reafirma que a formação médica deve estar comprometida com a justiça social e o cuidado às populações que historicamente foram marginalizadas, transformando estudantes em profissionais conscientes de seu papel na construção de uma saúde pública mais justa e inclusiva.